domingo, 1 de agosto de 2010

Saudade

Quase um ano sem escrever. E mesmo sabendo que não deixei de pensar, nem de sentir, eu me sinto vazia. Já falei e até já escrevi que sem a escrita eu me sinto incompleta e incompreendida. É como se eu tivesse abdicado da fala, da expressão; como se tivesse ocultado de mim e de outros, os meus sentires. Não foi falta de inspiração, nem falta do que dizer. Estava sem jeito; em dado momento perdi meu jeito de escrever. E talvez não quisesse contar o que se passava na minha história. Não queria contar, eternizar; tenho medo do que vivo, quando está escrito; fica mais sério e mais reflexivo. Se eu fizer um parêntese aqui, como que quisesse dizer que há muito a ser dito, valeria? (...) Alguém pode dizer que vale, assim não ficaria ciente de sua participação; outro pode querer sua parte, sua parte em mim, parte daqueles momentos atrás; momentos que não voltaram mais; momentos que deram início ao que me foi conveniente ocultar.
Ouço uma música linda: “quando o seu rosto aparecer na minha porta, e seu olhar simplesmente encontrar, o meu sorriso, dizendo bem-vinda pode chegar...!” É assim que me sinto abrindo a porta de mim mesma e ouvindo minha voz dizer: seja bem-vinda, pode chegar, tome um lápis e um papel; escreva de você. Seja você de novo.
E serei, serei eu de novo: moça bonita, bonitona, pensante, margeada, doida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário