terça-feira, 16 de agosto de 2011

Nada

Estou de mal. Nada em mim está conforme. Meu coração deixou de pulsar para soluçar; bombeia, mas não é sangue e sim lágrimas. Não quero amar. Nunca mais. Quero ser seca, sem nada a dar, nada a receber. Quero vagar e cumprir com o que a natureza já me deu e eu aceitei, os frutos e nada mais, nada. Minha cor hoje é o branco. O vazio é meu sobrenome. Meu foco, o palpável, nada mais subjetivo. Nada, a melhor palavra para mim, nada.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Faltas

Nada de alegria por hoje.
A luta pela constãncia não é fácil.
Muito mais fácil viver de galho em galho.
Numa aventura sem fim.
Desbravando pedaços e sendo parte de algo.
Mas isso não mais me alegra como antes.
Quero um freio, um pit stop de horas, dias, meses e anos.
Eu que tanto clamei pela vida de cigana, hoje peço pela estação.
Quero abrir a porta e encontrar as mesmas cenas de ontem.
O casaco na mesma cadeira e à espera de ser guardado.
O sapato do sábado esquecido na área da cozinha, à espera.. do próximo sábado.
A rotina da faxineira, sim a mesma faxineira de anos.
Tudo isso me faz falta.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Máscara

Tem umas coisas engraçadas, eu ia escrever um texto motivacional, tipo: seja feliz, ame, não desanime, seja aberto e blá blá blá.

E até que escrevi umas três linhas, mas quando reli, comecei a rir e pensei: isso não tem nada a ver comigo.

Não que eu não ame, nem que não seja feliz, nem tão pouco porquê estou desanimada ou fechada, mas sim porquê eu sou tão crítica, tão-tão que nem mesmo eu escapo de mim. Analiso cada momento que vivo, pesando e avaliando se estou sendo mesmo feliz, se estou mesmo amando, se estou mesmo dando a dose certa de ânimo na minha vida e me policio o tempo inteira para não ser tão aberta.

Nunca me esqueço de um professor de inglês, que em sala de aula disse que as pessoas imprimem suas personalidades em absolutamente tudo que fazem, até no ato do suicídio.

Falou que uma pessoa debochada, que quer dizer ao mundo que não está nem ai para ele, uma pessoa sem pudor, opta pelo enforcamento e se for bonachona, ainda fica despida. Falou que uma mulher, quase nunca se suicida com arma de fogo no rosto, pois prefere morrer com o rosto intacto, a fim de que as pessoas ou a pessoa olhe para ela, olhe para o rosto dela e se arrependa(m) do mal que supostamente a fez(fizeram). O homem que se mata com o tiro no rosto, é orgulho, pois não quer ser visto em ato tão fraco. Uma pessoa negativa se envenena, para ir sentindo a morte, sofrendo minuto a minuto, envenenando-se mais do que o próprio veneno.

Enfim, exemplos macabros, mas a tônica é só para ilustrar que não adianta a gente se esconder; hora mais ou hora menos a gente sempre se mostra.

Boniteza

Tentar ser bonito (a) é um saco. Acho que ou você passa alguns bons minutos na fila da boniteza lá no céu, antes de descer ou ao descer esquece o Vinícius de Moraes e dá um chute no conceito de que ser bonit0(a) é fundamental e passa a ser pelo menos alguém acessível. Eu disse acessível e não o(a) mais inteligente; acessível e não o(a) mais perfeita; acessível e não a pessoa mais correta do mundo.

Ninguém aguenta a soberania e são tão poucos os soberanos (belos / inteligentes / legais) que melhor mesmo é olhar para si e fazer uma lista dos seus melhores atributos, coisas simples, como: eu sou o melhor churrasqueiro da minha turma ou eu tenho a risada mais agradável ou quando estou por perto, tudo acontece sem confusões ou eu danço valsa como ninguém; enfim deve ter alguma coisinha que você faça que faça a diferença.

É como se especializar em você mesmo, se especializar naquilo que você tem ou faz de melhor.

Confissão

Não deixei de ser nada do que já me propus a ser um dia.

Desde o tenro sonho de ser astronauta, depois bailarina, depois atleta, depois ativista política, depois jornalista/engenheira...

Sou essa proposta, sou essa vontade, sou essa pessoa inacabada.

Vivo a me imaginar, a ser diferente a cada dia, a cada segundo, a cada Lua.

E sou inteira nesse projeto de ser sempre algo novo, alguém novo, com uma história nova.

E mesmo se fosse estação, teria cores variadas, mudaria conforme a valsa e me adaptaria aos mais variados tipos de viajantes.

E certa que sou da minha índole trem, vivo a admirar por onde ando, absorvo o que aprendo, vivo a paisagem.

Por isso não abandono a mim, pois em mim está tudo que quis, quero, imagino, desejo, sublimo.

E quando convido alguém a entrar na minha vida, convido em coro, convido em várias línguas, em vários sotaques.

Ofereço uma janela, uma tela, uma oportunidade de recomeçar.

Isso não é relato, nem um pedido, é apenas uma confissão.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O sertão que vive em mim

O sertão que vive em mim é tão quente quanto o sertão do meu Estado. Na verdade uma quentura diferente, o quente está relacionado com o calor humano, o calor de pessoas que ainda se olham, ainda se tocam, ainda se curtem pelo simples fato de serem gente. Recentemente, passei uns dias no sertão, neste ai de cima e noutro que geograficamente é situado bem no meio de Pernambuco: Serra Talhada. Foram alguns dias, dias que pude observar, interagir, viver uma vida diferente; junto de um povo “quente”. Sou agrestina de nascença, gosto muito de ser do agreste, mas fui morar na Capital, em tenra idade, ou melhor, na mãe da Capital, Olinda. E entre vindas e idas em outros Estados, Olinda Holanda é a minha referência. E falo isso para que entendam um pouco de mim e um pouco deste Estado. O sertão como muitos conhecem é uma terra seca, Serra Talhada em especial é conhecida por ser a terra de Lampião e minha quase consangüínea Maria Bonita. Lugar de gente braba, valente e destemida. É certo. Mas como toda regra tem sua exceção, a exceção aqui é maior que a regra. E como já disse o quente aqui são as pessoas. A lista seria extensa, pois como boa observadora que sou, estes dias eu me danei a conhecer gente: taxistas, dona de bar, manicure/artista plástica, cabeleireira, atendentes de lojas, donos de lojas e outros estabelecimentos. Parei para conversar com essa gente. A manicure chama-se Nice, uma menina, num corpo de senhora, uma moça ainda sonhadora, pura e doce. Alguém que jamais esquecerei e que um dia cumprirei a promessa de levá-la para conhecer o mar. Nunca havia visto a doçura em pessoa e vi nela. Já havia visto o poder em pessoa. Enquanto fazia minhas unhas, vi um quadro pintado à óleo e perguntei quem havia pintado, eis que aquela senhorinha diz que é dela. E começa a me mostrar outras pinturas em azulejos. Paisagens lindas do sertão, nada macabro com morte, não! Pura poesia: um Sol avermelhado, uma terra alaranjada, árvores, cactus, vida. E em meio a essas paisagens surgiram paisagens do mar, de um mar que ela só conhece via televisão, via sua imaginação de menina. Daí minha promessa de levá-la ao mar. Prestei bastante atenção nela e ela em mim, de forma que não nos perderemos. Já andei muito por ai, mas sempre o zelo pelo que se vende, pelo que se presta é o que me chama atenção, assim como a falta dele também me chama muito a atenção. O taxista, os taxistas que peguei, todos eles se preocuparam em me oferecer algum tipo de informação adicional. Até o sino da Igreja foi impecável, tocando sempre de meia em meia hora. E às dezoito horas cantarola a Ave Maria, que soa como uma ordem para a cidade se acalmar, descansar, relaxar, adormecer. Posso não ter nascido aqui, nem ter vivido aqui, mas o meu sertão será para sempre este que descrevi: quente de aconchego. Diferente dos miseres que gostam de propagar. Vi faculdades, eu vi lojas bonitas, pessoas bonitas (muitas Misses pernambucanas nasceram nas bandas de cá), vi rotinas nem mais nem menos exaustivas que as de outra cidade, pois há de existir estresse sim, por que não? Se um dia precisarem passar pelo sertão de Pernambuco passem sem medo. Almocem no Bar da Gabriela, fica na Rua da Igreja, ela serve a cidade há 29 anos e seu bar tem uma decoração ímpar, as peças retratam a forte Gabriela. Se precisarem de alguma informação, de algum apoio conte com Ronaldo, esposo de Angelica, é fácil de achá-lo, todos o conhecem, pessoa popular, de boa índole. Arrumem seus cabelos em Cleide, fica no centro, numa galeria charmosa. Visitem o museu, também no centro e onde poderão ler histórias e ver fortes fotos de Lampião e sua Dama. Comam um bode no Restaurante do Rudney. Dêem uma volta no açude da Borborema. E claro, procurem Nice, se não for para fazer as unhas, peçam para ver seus azulejos. Ela mora como toda moça de conto de fadas, numa rua sem saída, próximo ao Detran. Bem, o relato é apenas parte do meu compromisso de fazer parte de tudo aquilo que passa por mim. Até breve, Serra Talhada, sertão quente do meu Pernambuco.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Lua de Virgem: Sexo Verbal faz meu estilo

Lua de Virgem: Sexo Verbal faz meu estilo: "Sexo verbal, sim, faz meu estilo. Adoro o converser antes, durante e depois. 'Vem, faz isso, adoro assim, quero isso, quero você.. Ai, ui, d..."

Sexo Verbal faz meu estilo

Sexo verbal, sim, faz meu estilo. Adoro o converser antes, durante e depois. "Vem, faz isso, adoro assim, quero isso, quero você.. Ai, ui, delícia". Não gosto do silêncio, álias não gosto sob hipótese alguma. Chego a arrepiar com a conversa de pé de ouvido, aquela para convencer o que já está dado, entregue. Adoro as perguntas ou as ordens que são dadas. "Voce quer isso? Posso fazer assim? Vira! Mexe! Vem!". Essas conversas aproximam as pessoas. O amor virá energia. A transa virá amor. O sexo virá prazer. Ai, ai!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pertencimento

Tem gente que é do mar, tem gente que é do campo e tem gente que é do sertão e nem por isso, nem a primeira é a mais especial e nem a última é a menos charmosa, pessoas são pessoas, não importam de onde sejam. Tem gente até que de um continente pula para outro; possuem uma língua e adotam outra.
Dessa forma, entendemos que tem gente que gosta de gente sisuda, gente compenetrada e sem tempo para a vida. Assim como tem gente que não suporta a malandragem, a expertice do cara urbano, maneiro, arteiro. Ou gente que não entende como tem gente que vive no meio e o meio é longe da água salgada ou do rio abundante.
O fato é: cada gente tem seu lugar.
E é bonito saber que as pessoas vivem aqui e ali, pertencendo há algum lugar, há alguma terra, há algum lugarejo.
Fazem história, são a história.
Hoje mais do que nunca estou em busca de um lugar meu; esse sentimento é o que me impulsiona.
O nosso lugar na terra é o que nos perpetua em cada evolução.
Procure sentir de onde veio e saberá para onde deve ir, a fim de evoluir.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós!

Até que ponto vcê tem que se expor diante as pessoas? Até que ponto você tem que se mostrar? Ou mesmo ficar acessível? Acredito que existam momentos de exposição mesmo, onde você tem mesmo que dá a cara, à tapa. Refiro-me quando tem que escolher um candidato político, por exemplo. E olhem que eu mais do que ninguém sei que escolher um candidato, pode lhe trazer sérias retalhiações, comento sobre isso depois. A gente tem que dizer qual cordão, aplaude. Isso é uma premissa que todos deveriam seguir. Do outro lado, eu sei que existem coisas nossas, coisinhas só nossas que não queremos expor, sei lá: um fetiche, uma obsessão, uma mania, uma dor, uma opção não convencional, um desejo cabeludo. Então, declaro que sou a favor da verdade, tanto quanto sou a favor da omissão. Acredito piamente que já machuquei mais gente pela verdade, do que pelas minhas pequenas omissões de gosto.
A maturidade é bom, mas vem carregada de culpas e posições chatas. Em funçãodo caminho profissional, a gente termina omitindo coisas bobas e prazerosas. Tudo em nome de que mesmo? "Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós..." Seja livre, seja você: não se leve tão a sério, não vale mesmo a pena.