Não deixei de ser nada do que já me propus a ser um dia.
Desde o tenro sonho de ser astronauta, depois bailarina, depois atleta, depois ativista política, depois jornalista/engenheira...
Sou essa proposta, sou essa vontade, sou essa pessoa inacabada.
Vivo a me imaginar, a ser diferente a cada dia, a cada segundo, a cada Lua.
E sou inteira nesse projeto de ser sempre algo novo, alguém novo, com uma história nova.
E mesmo se fosse estação, teria cores variadas, mudaria conforme a valsa e me adaptaria aos mais variados tipos de viajantes.
E certa que sou da minha índole trem, vivo a admirar por onde ando, absorvo o que aprendo, vivo a paisagem.
Por isso não abandono a mim, pois em mim está tudo que quis, quero, imagino, desejo, sublimo.
E quando convido alguém a entrar na minha vida, convido em coro, convido em várias línguas, em vários sotaques.
Ofereço uma janela, uma tela, uma oportunidade de recomeçar.
Isso não é relato, nem um pedido, é apenas uma confissão.
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